sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O QUE QUEREMOS? EMAGRECER EM 2013!


Final de ano outra vez. Mais um ano se foi. Coisas ruins e boas fechando um ciclo para começarmos mais um. É engraçado como um ano novo sempre nos traz esperança de ver as coisas melhores. E serão.
            Está chegando a hora de revisitarmos as promessas de começo de ano. Mas, oh, agora é pra valer. Pode ir tirando o tênis do armário e vamos caminhar. Sim! Vamos emagrecer em 2013. Agora é sério. É ano ímpar e termina com 13! 13 sempre traz sorte. Vai dar tudo certo. E ainda tem a mega sena da virada! Esta estou com a sensação de que já é minha.
           Vamos admitir, 2012 foi um ano ruim. Olimpíadas sem graça.  Eleições mornas. Oligarquias de direita de coronéis ricos voltando ao poder, vide ACM Neto em Salvador. Esse ano a Xuxa foi a TV e fez revelações em tom patético. Geisy Arruda compartilhou com o país sua cirurgia íntima. Até quem nunca ia morrer, morreu. Heber Camargo, Olavo Barbosa, Padre Ezaú, Oscar Niemayer, Dona Canô... Silvio Santos que se cuide. Chico Anysio e Wando também se foram. 2012 não poupou ninguém.
            Enfim... que venha 2013. E que 2013 seja o ano de nossas vidas. Que possamos a cada dia ser melhores e colocar o nosso coração na realização dos nossos sonhos. Essa mágica da virada de ano, de acreditar que o ano novo será melhor, é a nossa esperança brotando mais uma vez. E que a nossa esperança seja o combustível que nos conduzirá as estrelas.
            Ponha sempre Deus na frente de seus planos e tudo dará certo. Também valem as simpatias, sete ondas, sete uvas, sete cupcakes. Lentilha e velas virtuais. Usar Branco e assistir ao especial do Robertão na Globo.
            Amigos leitores, meus queridos confessores, que alegria dividir com vocês alegrias, bobeiras e tristezas ao longo de todo esse ano. Na próxima semana a coluna reticências completa um ano de publicação semanal e ininterrupta. Que bom poder sentar toda semana e papear com vocês. Que nosso 2013 seja assim, cheio de bons papos e boas amizades. Para você e toda a sua família um feliz ano novo...

sábado, 1 de dezembro de 2012


ADEUS...
 Adeus, meu amor.
 Logo não iremos nos reconhecer mais, mudaremos o cabelo, o jeito de vestir e envelheceremos as mãos e o pescoço.
 Eu vou esquecer os seus gostos musicais e você vai esquecer as musicas que aprendeu a gostar comigo.
 Você vai poder usar salto alto sem medo de me constranger e eu trocarei a tua orientação do caminho por um aparelho de voz baixa e confusa.
 Adeus, meu amor.
 Já não tomaremos lanche um de frente pro outro e o aniversário dos seus pais começará a passar despercebido.
Você vai tropeçar sozinha e riscaremos o nosso trajeto do mapa.
Esquecerei suas taras, vontades e os segredos de família.
Farei amizade com seus inimigos.
Já não poderei mais me gabar pela rapidez em abrir seu sutiã.Adeus, meu amor.
Vou passear sozinho pelos cemitérios e talvez pare de comer batatinha.
Haverão menos discussões jurídicas, o direito ficará mais pobre e os meus dias mais compridos.
Não caçoaremos dos hábitos alheios.
Perderei o tempo de sua risada e não perceberei os quilos a mais ou a menos.
O mar apagará os nossos passos e o fogo consumirá as minhas fotos.
Te cumprimentarei com um beijo no rosto e talvez nem tenha apetite de dizer mais nada.
Ficarei com raiva do seu conformismo e não olharei para traz para não sentir remorso. 
Adeus, meu amor.
A vida não nos pretendeu eternos.
Ficará a impressão de morar numa cidade extinta, no meio de ruínas, para construir a casa nova.Não receberemos elogios sobre nossas diferenças ou afinidades.
 Não tocaremos os pés de madrugada e não olharemos vitrines em busca de presentes.
Nunca saberemos ao certo o que nos impediu, quem desistiu primeiro, quem não teve paciência de compreender. Só os ossos têm paciência e não as carnes, com vontade de se completar.
Você não encontrará vestígios de minha passagem no futuro.
Abandonará de repente o meu telefone.
Você irá procurá-lo na agenda, mas não estará lá. Não se anotam amores na agenda.
Por algum tempo ainda perguntará o que faço aos conhecidos.
Depois nem isso.
Adeus, meu amor.
Terá filhos com outros homens.
Terá insônia com outros homens.
Mudará de assunto ao escutar o meu nome.
Adeus, meu amor.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

ENTRE RAIOS E TROVÕES


As chuvas de verão chegaram. Enfim... foi-se mesmo o tempo das estações bem definidas em que sabíamos o que esperar a cada época do ano. Mas quer coisa melhor do que uma bela chuva no meio do calorão? Fico quase doido com o calor. Não durmo direito, fico derretendo o tempo inteiro e já saio do banho suado. Calor é bom só pra quem pode ficar na praia ou na piscina. Pra nós pobres mortais é dose. Pra colocar terno então é aquela dificuldade. Dá vontade de tomar liquido o dia todo e instalar um ar condicionado em cima da cabeça.
            Enfim... comecei a falar das chuvas e me perdi completamente a destilar meu veneno contra o calorão. Tava escrevendo sobre chuva porque lembrei da minha avó cobrindo os espelhos. Desligando tudo. Acendendo vela benta e incensando a casa com os ramos secos do domingo de ramos.
            Chover era uma ocasião para se parar completamente com a vida. A chuva não só era contemplada como temida. Sendo eu criança odiava a chuva. Ela vinha direto na minha televisão e cortava o barato tirando o aparelho da tomada. Desliga menino, não ta vendo que tá trovejando. Mas eu vou ficar fazendo o que, vó? Ela nem pestanejava – vamos acender a vela benta e rezar um terço. E lá ia eu responder as ave-marias da minha vó.
            Parece que hoje nem com chuva feia a gente para mais. Já não guardo vela e ramo bento na minha casa. A única coisa que para é a porqueira da internet que deixa de funcionar só de escurecer no morro agudo. Não cubro os espelhos e as vezes até me arrisco a tomar banho com temporal, algo definitivamente impensável para minha avó.
            Eta vida besta essa em que a gente não para nem para contemplar a natureza mais. Vamos todos de novo com velas benta e ramos em punho espantar as armações das chuvas traiçoeiras. Desliguem os aparelhos e cessem os banhos. Vamos sentar mais uma vez na sala com a família, rezar e contar histórias de armor...

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

PERNAS PRA QUE TE QUERO?

Acho que já comentei com o amigo leitor. Sou uma pessoa meio hipocondríaca. Não posso ver uma doença na televisão que logo já começo a sentir os sintomas. Vou no médico com regularidade e adoro fazer exames. A moça do laboratório já nem estranha mais tanta frequência na salinha de coleta de sangue. Mas ultimamente tenho evitado a presença nos consultórios e por uma razão bem simples. Estou acima do peso.
            Isso mesmo. To gordo. E basta chegar no consultório para o médico fazer a mesma constatação que eu mesmo faço todos os dias diante do espelho. Natal, acho bom tomar cuidado com o peso, diz ele. Oras, se fosse fácil eu já tinha emagrecido. Mas emagrecer só é fácil pra quem não precisa, essa é outra constatação universal. Já disse isso também, mas tenho verdadeiro ódio das pessoas que fazem questão de ficar afirmando o tempo todo que to gordo. Será possível que elas acham que eu não me peso?
            Semana passada um esquisito me disse que é bom ser gordo porque gordo não sente frio. Na cabeça dele. Dia dez de setembro se comemorou o dia dos gordos. E nós exigimos o fim desses preconceitos! Gordo sente frio sim! Me deu vontade de xingar, mas me contive. Como diz minha santa mãe, educação cabe em qualquer lugar.
            Mas enfim... fiquei aqui destilando a raiva e fugi totalmente do nosso tema. Tenho evitado ir ao médico por que como solução para o meu mal ele me recomenda exercícios físicos. Sinceramente, existe poucas coisas que eu deteste mais do que atividades físicas. Não consigo entender quem levanta de madrugada pra caminhar. Muito menos quem fica jogando futebol debaixo do sol. Ou então passar horas suando na academia. Bom, na academia ainda se encontram moças interessantes, mas futebol com marmanjos?
            Não é pra mim, viu. Mas basta entrar no consultório pra me falarem da atividade física. Que dureza! Fazer o que?  Enquanto der vou evitando o médico. Quando a minha hipocondria falar mais alto, vou e começo a fazer uma caminhada (não de madrugada) e pernas pra que te quero...

PARA QUE SERVEM OS HOMENS?


Está ficando cada vez mais difícil ser homem hoje em dia. As mulheres estão com tudo. Elas têm dinheiro, têm estudo e conhecimento, têm poder, têm o mundo aos seus pés e nós fomos nos tornando, aos poucos, objetos sem função. As mulheres não precisam mais se casar para serem felizes e sequer para serem mães. Viramos marionetes que elas manipulam ao seu bel prazer. Observamos a ascensão feminina com cara de bobos. Nosso gênero corre sérios riscos.
            Cada dia mais nossa virilidade vai se tornando dispensável. Isso já está ficando perigoso. É preciso que nós homens nos unamos. Vi em um programa de televisão que inventaram um acessório para abrir vidros com facilidade. Essa era uma tática importante. Quando a fêmea acreditava não ter mais solução com os vidros tampados em mãos, adentrávamos a cozinha, fortes e destemidos e abríamos a tampa como se fosse a coisa mais simples. A mulher nos olhava admirada pensando “isso que é homem”. E agora? O que fazer?
            Lia um livro quando uma antiga namorada deu um grito agudo na cozinha. Cheguei e a encontrei em cima da cadeira. Algo muito sério tinha acontecido. Tinha mesmo. Pela descrição dela um grande monstro ou coisa que o valha estava dentro da cozinha. Monstro que ela chamava de barata. Não recuei. Tirei o chinelo dos pés, destemido e corajoso acabei com a barata em um só golpe. Pelo seu olhar eu percebia que ela devia estar pensando “esse é meu herói”. Devo ter crescido uns quinze centímetros nesse dia. Até a ex-sogra me olhava com admiração e respeito de cima de outra cadeira.
            Homens do mundo: uni-vos! Não vamos permitir mais esses facilitadores de vidros e inseticidas poderosos.  Sugiro até que comecemos grandes cultivos de baratas para que de vez em quando uma ou outra invada a nossa casa e garanta nosso lugar ao sol. Armados com sandálias Havaianas  mostraremos a sociedade o nosso valor...

           

UMA PAUSA ANTES DE SEGUIR EM FRENTE

“Todos os dias ao acordar, pisco para Deus e digo Senhor, que nossas vontades coincidam, mas se não coincidirem, que a tua prevaleça”. Não há como negar que escrevo a coluna dessa semana com uma leve tristeza. A cidade decidiu através de uma maioria mínima retornar ao comando das elites e das políticas conservadoras. Temos um prefeito eleito com a legitimidade de apenas um terço dos eleitores, um quinto da população da cidade. Para quem tinha dúvidas do que digo, bastou andar pela cidade na segunda feira e ver o ar de perplexidade que tomou conta de todo mundo com a decisão inesperada, fruto de uma campanha superficial e extremamente prejudicada por um malfadado ajustamento de conduta aceito pelas coligações. Tudo isso num momento em que temos a segunda melhor educação do país. Obras por toda a cidade e dezenas de programas sociais em curso. As mesmas figuras e pensamentos retrógrados já festejam e ensaiam o retorno. Pelas regras do jogo democrático retornaremos ao velho caminho pensado e construído por poucos e para poucos onde o povo é coadjuvante e nunca protagonista. Mais uma vez poder econômico e político caminharão lado a lado e não é preciso mágica para saber que a política de perseguição está chegando.
                A briga pelo poder não durou os três meses de campanha mas os quatro anos que se sucederam a eleição de 2008. A cidade presenciou o maior caso de covardia da sua história, quando sucessivos casos perseguição obrigavam a Câmara Municipal votar quinzenalmente pedidos de impeatchiman do prefeito e ameaças aos vereadores. Presenciamos até a triste cena de um promotor que não honra o torçal da beca que ostenta, se arvorar em querer governar a partir do Ministério Público, como se qualquer legitimidade tivesse para isso. Setores fajutos da imprensa, representados por um jornaleco que a cada dia vai jogando o nome construído pela família na lama da ignorância e da mesquinharia e um site de quinta categoria, escravo do dinheiro e que atrai público pelo cheiro de sangue trataram de ecoar essa covardia. 
                Dizem que a humildade não se mostra na vitória mas na derrota. Tento fazer disso um exercício e aceitar com humildade a voz soberana das urnas. Desejo ao prefeito eleito e a equipe que conduzirá a cidade a partir de janeiro boa sorte e sabedoria.
                Me dirijo a atual câmara e saúdo de modo carinhoso o presidente Durvalino que diariamente se mostrou um vereador apaixonado pela função e batalhador do legislativo a quem o povo reconduziu a casa. Meu abraço ao vereador Didinho que também pude presenciar e acompanhar a dedicação e o esforço para bem desempenhar o ofício, assim como o vereador Levi e o vereadores Sérgio Faria e Lattaro. Vi o vereador Ari combater um bom combate e a ele também deixo minha homenagem.
                Meus queridos amigos Nesmar, Luzia e Clayon, contem conosco nessa nova batalha e que o Espírito Santo de Deus os conduzam. Minhas homenagens e votos de boa sorte também aos demais atuais e futuros vereadores.
                Amigo Roberto, prefeito do centenário, prefeito da segunda melhor educação do país, prefeito do Restaurante Popular, prefeito do asfaltamento, prefeito da qualificação profissional, prefeito da farmácia popular, prefeito dos PSFs, prefeito dos projetos sociais, prefeito da cultura... A jornada ainda terá muitos capítulos e nunca foi um segredo que trilhar um novo caminho não é tarefa fácil e que as vezes é necessária uma pausa antes de seguir em frente.
                Meus cumprimentos também aos Guaranesianos e ao Prefeito João Carlos Minchillo reeleito em uma disputa difícil contra a mentira e o populismo barato sem projeto político.
                Que Deus abençoe Guaxupé e nos abençoe a todos. Que nos dê sabedoria, mas também coragem de nunca fugir a luta. Que esse chão que tanto amo e nossa gente possam ter sua estrela sempre brilhando...

SEGUIR EM FRENTE, EIS O NOSSO CAMINHO!


Olá amigos! Final de semana de democracia. É hora de cada um de nós nos recolhermos ao silêncio cívico da cabina de votação para fazer bradar a voz da democracia. Em nosso país todos os cidadãos com um só compromisso, se encontrar com suas consciências e decidir o rumo das suas cidades.
            Conta uma antiga lenda que em uma colmeia fictícia chamada Abelhópolis, três candidatos disputavam a liderança do enxame. Ou melhor, eram quatro, pois tinha uma abelha falastrona também, mas como ela passava grande parte do dia se admirando no espelho e se autoproclamando a melhor das abelhas, nem chegou a incomodar na disputa.
            Bom, os outros três candidatos saíram a busca de apoio na colméia. O mais abelhudo de todos arrumou uma estratégia que segundo ele era infalível. Andar sempre com uma abelha idosa do lado. Afinal, enquanto o povo olhasse para a abelha idosa, se esqueceria do passado do abelhudo. Não queria que o povo lembrasse que ele renunciou por duas vezes o cargo de chefe do time das abelhas na primeira dificuldade. Também não queria que seus funcionários lembrassem o quanto eram explorados e maltratados. Até arrumou dois ou três com a função de andarem a seu lado falando o contrário.
            Todavia, o abelhudo se esqueceu que a abelha idosa não perdera o gênio ruim com a maturidade. Assim, saíam os dois brigando para ver quem falava mais no microfone, quem era o líder, quem iria mandar, quem convencia mais. Na falta de boas ideias os dois reciclavam as que ouviam e criticavam ferozmente e com baixarias os adversários. O abelhudo era muito rico, distribuía de tudo pela colmeia. Em sua campanha não faltava nada, até pesquisas com números que considerava estratégicos apareciam com abundância. Assim o abelhudo, que conseguira unir toda a elite da colmeia, achava que a eleição estava ganha e que a fina flor da sociedade voltaria a reinar. A carrancuda abelha que chefiaria o gabinete já estava até de malas prontas para voltar.
            O outro concorrente apostou numa tática diferente. Como nunca tinha se preparado para ser líder e sabia que a farsa a qualquer momento podia chegar ao fim, escolheu um zangãozinho ou mini-zangão (como ele mesmo se dizia) para ficar do seu lado. Enquanto o povo se entretece com as caras e bocas do mini-zangão, o candidato mesmo passaria desapercebido só distribuindo abraços sem precisar mostrar conteúdo.
            Até certo ponto a tática funcionou. Mas o mini-zangão não dava uma dentro. Saía fazendo apostas e perdia. Cantava de galo uma hora, de vítima na outra. Mostrava pesquisas mais tortuosas que o abelhudo. Aí foi tudo virando uma brincadeira de bonequinhos mesmo. Sem crédito e sem conteúdo a candidatura só despencava, era todo mundo pulando para fora.
            O último concorrente já liderava a colmeia. Seu ímpeto não era de tomar o poder, só queria dar continuidade nas coisas que estava fazendo. A colmeia sabia que as coisas estavam caminhando direitinho e que até as abelhas que antes eram excluídas passaram a ter vez. Ao seu lado estava uma abelha inteligente e trabalhadora. E como tinha conteúdo e realizações pra mostrar não falou mal de ninguém e nem precisou maquiar quem seria o líder.
            A colmeia era sábia, não queria aventura sem conteúdo. Não queria patrão, nem voltar a ser de poucas abelhas. A colmeia queria atingir as alturas, queria voz e queria vez, queria mel e sabia seguir em frente para consegui-lo.
Que Deus nos abençoe, que o povo tenha sempre voz e que vença a democracia...

COM AÇUCAR E COM AFETO

Constatei uma coisa nesse último final de semana, aliás, foram duas constatações. A primeira é que definitivamente não sou baladeiro. Ando correndo de uma balada como o diabo corre da cruz. A segunda, não é uma novidade, mas é uma descoberta que tem me rendido muito prazer: gosto mesmo de ficar em casa. Gosto de ficar na cama lendo ou vendo um filminho na TV, gosto de cuidar da casa (não, não gosto de limpar, passar), mas gosto de equipar a casa, gosto de ver tudo arrumadinho, gosto de receber os amigos pra um jantar... Esse negócio de ter casa só pra dormir não é comigo. Eu me irrito e me divirto com os afazeres domésticos.
            Tá, mas o que isso tem a ver com a coluna dessa semana? Bom... há um tempo assisti ao filme Julia e Julie em que uma personagem é uma famosa culinarista de um programa de Tv e a outra personagem se vê em casa, encantada com as receitas e decide começar a experimentar essas receitas e dessa experiência ela cria um blog e o prazer de cozinhar ganha um espaço nobre em sua vida. Pois bem, ando me descobrindo encantado com algumas receitas e de simples telespectador, resolvi começar a experimentar algumas delas. Na verdade tudo começou com a nova mania nacional: CUPCAKES. Não podia ir a um shopping sem experimentar alguns e sem trazer outros para casa. Quanto sabor, quanta cor...não devia ser tão difícil né? Comprei as formas, as forminhas de papel, os ingredientes todos e me pus a fazer cupcakes. OK, o liquidificador não liquidificou, o gás acabou...
            Tenho começado meu dia de trabalho um pouco mais tarde e fico me arrumando ouvindo o programa da Ana Maria Braga e vez ou outra deixo o cabelo sem pentear, acabo deixando uma meia aqui, outra acolá, tudo pra não perder uma boa receita.  Dia desses descobri um achado. Uma receita de um bolo fácil, fácil, mas que fica tão bom que até parece bolo de vó. É um bolo de fubá cremoso. Claro que os mais sofisticados vão retorcer o nariz para um bolo de fubá, mas ficou tão bom que não pude deixar de compartilhar com os amigos leitores, especialmente para os preguiçosos que evitam muito trabalho.
            Mas chega de falatório e vamos ao bolo. Pegue um liquidificador (o meu anda uma porcaria, mas deu pra fazer o bolo), ponha lá dentro três xícaras (de chá) de leite, três ovos, três xícaras (de chá) de açúcar, uma xícara (de chá) de fubá, três colheres (de sopa) de farinha de trigo, duas colheres (de sopa) de manteiga, uma colher (de sopa) de fermento, cinquenta gramas de parmesão ralado e uma pitada de sal. Pronto! Agora liga o liquidificador e bate tudo.
            Unte uma forma e leve no forno médio por mais ou menos trinta e cinco minutos. Mas fica bom demais da conta, sô. Agora se você quiser arrasar mesmo,  polvilhe por cima do bolo um açúcar de confeiteiro com canela. É de se comer rezando. E o melhor de tudo, o liquidificador bateu que foi uma beleza e o gás estava em sua melhor forma e eu descobri que sou muito bom na cozinha e bem merecia que a Ana Maria passasse por baixo da mesa. Como eu adorei tudo isso pensei que eu devia compartilhar isso com vocês, meus queridos leitores, recebam como prova do meu afeto...

QUEREMOS O NU ARTÍSTICO

Já repararam como os artistas de uma maneira geral tem direito ao nu artístico? Mas quando passamos a literatura a coisa muda de figura.  Os pintores podem ter modelos nuas com a maior naturalidade a lhes inspirar os mais belos quadros. Os fotógrafos igualmente. Os diretores de filmes, os escultores.
                Se um pintor ou um fotógrafo pede para que uma mulher pose nua para seus trabalhos, a dama pode até não aceitar, mas certamente ficará lisonjeada. Agora experimente um escritor ou poeta convidar uma mulher para que pose nua para lhe inspirar. Imediatamente o taxarão de tarado. Arrisca-se até mesmo a levar um tapa bem dado na cara.
                Ora, quanta injustiça! Quero revindicar o direito dos escritores também terem suas musas e que essas com os seus encantos se deixem mostrar com toda graça e beleza. Não queremos só a solidão do teclado. Queremos o olhar de cumplicidade. O olhar de curiosidade ao ver o resultado do trabalho. Queremos a companhia com um sorriso no canto dos lábios e não somente o escritório vazio.
                A literatura sofrerá uma revolução, quando as musas entenderem o seu papel cultural. Menos poetas e escritores tentarão o suicídio, eu garanto. Escritores, vamos fazer uma greve e por fim ao monopólio dos outros artistas. Imaginem quantos grandes livros poderão ser escritos. Quantos grandes poemas podem surgir.
                Quero uma modelo para olhar e que me olhe enquanto eu escrevo e que depois de tempo me pergunte: já posso me mexer? Quero olhar a tela branca do computador e revezar com uma olhadela para o sofá. Quero parar de ficar sozinho pra escrever. Escritor não é eremita. Eremita é um mendigo de banho tomado. Quero escrever acompanhado. Dois braços e duas pernas a mais para esconder as provas do meu crime.
                Quero uma poesia feita de carne e de seios, não de metáfora. Quero convidar uma mulher para posar sem ser acusado de ser devasso ou de ser preso por assédio. Quero uma modelo viva agora. Vocês já viram como são alegres e descontraídas as vernissages dos pintores, escultores e fotógrafos? Como são coloridos, alegres e desencanados? É por causa das modelos!
                Esse é o primeiro passo! Chega de natureza morta, prateleira empoeirada e café frio! Modelos vivas agora! Vamos transformar o escritório em ateliê.  Vamos deixar o sol entrar. Ou nos dão o nu artístico  ou entraremos em greve...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

LIBERTAS QUAE SERA TAMEN

         
         Oh liberdade! Abre as asas sobre nós! Para nenhum outro estado a inconfidência tem tanto valor quanto para nós mineiros.  Mora no peito mineiro eternamente esse sonho de liberdade. Esse brilho que encanta o resto do país. Ostentamos com orgulho nossa bandeira que clama por liberdade, ainda que tardia. Mesmo que possa parecer conservador, o mineiro sabe direitinho o valor dessa palavra e o quanto custa a ausência dela. Acho que carregamos mesmo sem saber um pouco desse legado histórico como se todos tivéssemos visto Tiradentes sendo arrastado pelas ruas.

           Por falar na bandeira de Minas, mas do que um grito de liberdade, ela é também um símbolo generoso de hospitalidade. Onde quer os inconfidentes reconhecessem o símbolo de sua revolução sabiam que podiam chegar pois ali, havia um amigo pronto a causa da liberdade. Isso sempre me emociona. Existem poucos símbolos oficiais tão fortes.

          Afinal, estamos libertos ou nos tornando cada vez mais escravos? Libertos pela tecnologia ou aprisionados pela mecanização que substitui mãos por botões? Livres pelo acesso a informação ou condenados a uma enxurrada de notícias sem conteúdo? Livres pelo mercado ou algemados ao consumismo? Livres para usar nosso corpo ou cativos a  molda-lo aos padrões estéticos da ocasião? Livres pela democracia ou condenados ao eterno desinteresse pelas coisas coletivas? Livre para ouvir músicas sem censura ou condenados ao tchê tcherere tchê tchê?

            Não sei as respostas. Mas o fato é que a cada dia surgem novas prisões. Cada qual tem suas próprias prisões. As contas podem aprisionar. O dinheiro pode escravizar. A inveja é uma bola de ferro amarrada ao pé. O pessimismo é uma cela. A dependência química é um cárcere. A dependência emocional é uma forca. A fofoca é uma guilhotina. Todos nós temos nossas prisões e nem sempre as reconhecemos.

           É hora de liberdade! Ainda que  tardia! Dia 21 é feriado, para nossa alegria... aproveite para refletir. Ponha para fora esse grito mineiro que existe no peito de cada brasileiro. Arrebente as correntes da sua alma sejam elas quais forem. Vem liberdade. Nos cubra com suas asas. Estenda a bandeira de Minas na sua casa e no seu sorriso e mostre para todos que podem se aproximar, porque aí existe um amigo disposto a lutar por liberdade...

quinta-feira, 12 de abril de 2012

ENTRE BULAS E GUITARRAS

Essa semana, durante uma audiência conversava com um colega advogado e fiquei encantado enquanto ele me contava da sua coleção de guitarras, violões e outros instrumentos musicais. Fiquei imaginando a beleza de uma coleção dessas que segundo ele já tem mais de duzentas peças.
Eu que nunca tive a paciência de ser um bom colecionador juntei poucas coisas na vida. Mas uma sempre atiçou o meu interesse: bula de remédio. Fui obervando os detalhes engraçados de cada uma e comecei a juntar todas. É claro que o fato de ser hipocondríaco ajudou muito nisso. Basta que eu veja uma doença nova nos jornais e imediatamente começo a sentir todos os sintomas.

Mas minhas esquisitices a parte, as bulas são mesmo uma coisa interessante. Contam que as primeiras bulas, sem o controle que existe hoje, com a finalidade de vender os medicamentos contavam tantas vantagens mentirosas do produto que eram uma verdadeira propaganda abusiva. Daí surgir a expressão que ainda hoje se usa “fulano é mais convencido que uma bula de remédio”.  Não foram poucas as bulas que descreviam esses santos remédios que serviam para curar frieira, espinhela caída, impotência sexual e outros diversos males do corpo.

A palavra bula vêm do latim “bulla” que quer dizer bola ou esfera e foi primeiramente usada para descrever as mensagens do vaticano que vinham seladas com uma esfera com o símbolo papal. Como tempo outros documentos, entre eles os descritivos de remédio também passaram a serem chamados bula.

Sempre tive curiosidade de conhecer quem desenvolvia várias pérolas de textos de bula “O produto é bem tolerado, podendo causar dores de cabeça, edema, fadiga, sonolência, náusea, dor abdominal, rubor, palpitações, tonturas, alopecia, função intestinal alterada (porque uma bula não poderia mencionar caganeira, com o perdão da palavra), artralgia, astenia, dispepsia, dispneia, hiperglicemia, hiperplasia gengival, ginecomastia, impotência (gente, o cara pode ficar brocha tomando essa coisa), aumento da frequência urinária, leucopenia, mal estar, mudança nos humores”. Nada foi inventado. Fico só imaginando como seria se o produto fosse mal tolerado. Fala se não dá vontade de enquadrar uma maravilha dessas. Realizem a cena: “Dr. Meu irmão tomou o remédio e matou a esposa”, “mas a bula era clara que podia haver mudança de humores, não reclame.”

Bula também é lugar de poesia “como efeito do excesso medicamentoso, o paciente pode evoluir para o “exitus letalis”. Olha que linda maneira de dizer que o sujeito pode morrer. O departamento jurídico resguarda o produto sem precisar dizer que o cara pode bater as botas. Não é poético? É muito melhor ter “exitus letalis” do que morrer.

Sinto uma vez ter perdido várias de minhas preciosas bulas, algumas em inglês francês e italiano. Mas vamos recompondo a coleção. Entre bulas e guitarras, o que não vale é colecionar amarguras e rancores. Essas coisas a gente vai deixando pelo caminho...

Quem canta seus males... espanta!

               Eu estava atravessando o centro da cidade esses dias para comprar um cartão de aniversário. Quando passei na porta de um banco, havia uma senhora de fartas formas que exclamava sentida com cara de tristeza: “Aii vida!”. Chamou-me a atenção porque na volta quando passei por ali novamente ela fez a mesma coisa com a mesma cara de tédio: “Aii vida”. Fiquei pensando em quantas pessoas chatas que conheço que não sabem fazer outra coisa senão reclamar da vida. Aí não tem jeito mesmo. A pessoa vira uma chata. O Oswaldo Montenegro fala que chato é aquele que quando a gente pergunta “tudo bem?” a pessoa responde reclamando. O Millor dizia que “o chato é aquele que conta tudo tim tim por tim tim e depois ainda entra em detalhes”.
                Senhores chatos, pensei muito na solução dos seus problemas e apresento modesta solução: cantem! A música é majoritariamente definida como uma combinação de sons e silêncio seguindo uma pré-organização ao longo do tempo. Desde os primórdios há fortes indícios que já se faziam músicas. O homem das cavernas, em combinações de sons e danças, reverenciava os deuses e dava à música um forte sentido religioso. Desde aí já vem essa ideia de cantar para espantar o mal.
                Poucas coisas como a música mexem tanto com a alma. A própria palavra, que tem origem no grego, quer dizer a arte das musas, ou seja, vai envolver diretamente inspiração. Afinal, o passarinho canta porque é feliz ou é feliz porque canta? Tenho a impressão de que a segunda frase é a verdadeira.
                Música meus senhores! Cantem minhas Senhoras! Não importa a situação, ela vai bem em festas, passando por rituais religiosos e chegando a funerais.Dom Quixote, o próprio cavaleiro da triste figura, quatrocentos anos atrás já falava que é preciso cantar para espantar os males. E Dom Quixote larga tudo e vai pelo mundo buscando fazer justiça. Não se importava com a opinião dos outros e seguia em frente, mesmo após críticas e fracassos, porque estava seguro dos seus objetivos.  Olha que lindo!
                Cantem meus queridos! Espantem seus males! Mas muito cuidado pra não ficar cantando seus males e espantando todo mundo. Quem sabe você não arrisca até uma dancinha? Comece com dois pra lá dois pra cá, depois tente um Kuduro. Que essa semana seja cheia de coisas boas. Nada de “aii vida”. E terminamos com o mestre Chico: “ Não chore ainda não que eu tenho um violão e nós vamos cantar, felicidade aqui pode passar e ouvir e se ela for de samba há de querer ficar...”

terça-feira, 6 de março de 2012

A ESPOSA PERFEITA MORA AO LADO

       Está na natureza humana uma eterna insatisfação com as coisas. O mesmo desejo que é capaz de nos impulsionar também nos torna permanentemente frustrados com nossos objetivos, desejando sempre mais. O melhor sempre está por vir, a felicidade sempre está incompleta. Havia nesse mundo uma regra natural, a pessoa nasce, cresce, se casa, tem filhos e depois de um tempo já pode morrer.

    Sinto que aos poucos vai se acabando o estigma causado pela falta de casamento. Isso por uma razão muito simples. Não se casar tornou-se uma opção bastante considerável para qualquer pessoa. Não se casar não é uma infelicidade, mas pode ser sim, por que não, uma escolha bastante conciênte. Não deixam de se casar somente aqueles que foram preteridos, ao contrário, as pessoas não se casam porque não estão mais dispostas a tolerar qualquer coisa como paga pelo caminho do altar.

    È bom que se diga, que aqui não se quer condenar a instituição do matrimônio, que também anda muito sólida e recebendo diariamente novos adeptos, que também são muito felizes. Também são muitos e muito misteriosos os caminhos do cupido. Mas ser solteiro por opção não é mais sinônimo de infelicidade.

    Na hora H muita gente ainda acha que é melhor ser feliz sozinho do que sofrer junto. Não é mais tão simples abrir mão da individualidade para dividir os rumos da vida. As mulheres ganharam autonomia financeira, social, emocional e política. Elas estão com a bola toda. Isso instintivamente ainda gera um problemão. Nós homens ainda estamos aprendendo a lidar com isso, porque a nossa carga histórica foi programada de outra forma.

    O homem caçava e trazia a caça para a mulher. O homem ganhava dinheiro para seduzir a mulher. Era forte para atrair a mulher. Queria poder para conquistar a mulher. A história masculina numa leitura simplista sempre foi a de buscar conquistas para atrair a fêmea. Mesmo em muitas sociedades machistas e patriarcais em que parecia estar a mulher relegada a condição de objeto, ter uma bela esposa sempre foi um troféu, para aquele que por alguma de suas qualidades a conquistava.

    Isso vai acabando. As mulheres cada dia menos precisam do dinheiro, do status e do poder dos homens. Tem tudo isso por elas mesmas. Governam países. Tudo isso faz com que os homens fiquem sem saber direito como agir. Qual seria afinal o novo objeto da sedução?

    Se as pessoas tem independência elas não aceitam mais qualquer coisa. Ou podem ter o melhor ou a fila deve andar. Parece que esse melhor está sempre para chegar e assim o tempo vai passando sem condenar qualquer pessoa a solidão. Sinceramente não sei se é possível ser feliz na solidão, mas o fato é que não é mais o casamento que cura esse mal. Já não é de hoje que a paternidade e a maternidade não precisam andar acompanhadas de aliança, muito menos uma sexualidade sadia. É fato, os tempos mudam, e nem sempre é para pior.

    Nenhuma mulher de quarenta anos é rotulada de solteirona como era antigamente. Os homens envelhecem solteiros sem ter a sexualidade colocada em dúvida. Acho que por um bom tempo essa tendência só tende a aumentar. Cada um, em paz consigo e com Deus, deve procurar ser feliz, casado, solteiro, separado. Sempre com um olhar atento para os lados, quem sabe você não encontra a esposa perfeita...

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ó ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR

É carnaval mais uma vez! Viva a festa do momo e viva a alegria! Abençoado povo que sabe que nem só de pão vive o homem. Abre alas que eu quero passar, quero ver se é mesmo a Rosas de Ouro que vai ganhar, afinal sou da lira e não posso negar. Abençoado país que sabe festejar, o problema são somente aqueles que acham que cachaça é água.


No meio da avenida o homem sério brada a plenos pulmões “mamãe eu quero mamar, dá chupeta pro bebe não chorar”. A noite é longa e ninguém quer ver garrafa cheia sobrar, passa a mão na saca saca saca rolha e bebe até se afogar. Deixa a água rolar! Mande água pra Ioiô, mande água pra Iaiá. Afinal, que calor, ô ô ô ô ô ô... , na matinê da tarde o sol queima a nossa cara.

Essa é a turma do funil, todo mundo bebe, mas ninguém dorme no ponto. Só a coitada da irmã que chama Ana que de piscar o olho ficou sem a pestana. E as mulheres? Mais lindas que nunca! Ô Aurora se você fosse sincera, que bom que era...

Abre alas, balancê, balancê, entra na roda morena que quero dançar com você. E a jardineira? Por que está tão triste? Será que foi a camélia que caiu do galho ou é por que a pipa do vovô não sobe mais? Não fica triste, esse mundo é todo seu sem fazer muita força você é muito mais que a camélia que morreu.

O teu cabelo não nega mulata porque você é mulata na cor, quando por mim você passa fingindo que não me vê o meu coração se despeça, balancê, balancê. Mas tome cuidado, o índio quer apito e se não der o pau vai comer! E haja dinheiro pra tanta comemoração, mas eu bebo sem compromisso com o meu dinheiro, ninguém tem nada com isso. A menos que você aí queira me dar um dinheiro aqui.

Abre alas! O tempo passa e vamos nos acabando no balancê, balancê. Viva o Carnaval! Pode faltar amor que a gente até acha graça. Enquanto tem muita gente guerreando com a bandeira branca queremos paz...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

QUAL SERIA A SUA IDADE SE VOCÊ NÃO SOUBESSE QUANTOS ANOS TEM?

Semana de aniversário! No próximo dia 14 fico mais velho e nada melhor que refletirmos a respeito da idade nessa semana. Nosso título é de Confúcio e nos faz pensar a respeito da nossa idade de fato. Afinal, qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos você tem?


Dizem que um verdadeiro cavalheiro se lembra do aniversário de uma mulher, mas sempre se esquece da sua idade. Mas no meio dessa verdadeira idolatria da juventude em que estamos vivendo, as pessoas vão tentando desesperadamente ficar cada dia mais jovens. A juventude é oferecida nos comerciais e vendida em gôndolas de mercado. O fim dos cabelos brancos, o fim das rugas, seios firmes, virilidade sexual...

Ah, parece que vamos aos poucos perdendo a sabedoria que os anos nos trazem. Quando nossos espíritos estão maduros para valorizar a essência, a gente novamente começa a valorizar a aparência. Onde está a sabedoria de compreender que cada idade tem a sua beleza, suas angústias e os seus encantos?

A moda pega. Cada dia mais cedo começa a preocupação com a idade. Meu afilhado de cinco anos me contava que estava namorando uma menina de seis, mas que ela era “conservadona”.

Tomara que a gente se preocupe menos em contar os anos e mais com vivê-los intensamente. Que os aniversários sejam mais para comemorar e menos para se preocupar com o aumento do plano de saúde. Que os verdadeiros cavalheiros mostrem as damas o quanto é prazeroso compartilhar das experiências delas e que isso faz delas lindas. Que envelheçamos sim, e que sempre exista dentro de nós coração pulsante.

Por que para você ser animado tem que parecer jovem? Por que para se sentir bem tem que parecer um menino? Qual idade você realmente tem? Curta-a ao máximo, seja feliz e viva a vida!

Quanto a mim, senhoras e senhores, olho o passado com gratidão e peço luz a Deus para que olhe o futuro com esperança, mas acima de tudo peço sabedoria para viver o presente. Como disse Fernando Pessoa, serei velho quando for, mais nada...

Comer como um padre.

Comer como um padre é uma expressão antiga que há muito já circula aqui pelas bandas das Gerais. Aliás, sejamos francos, comer é um dos verbos que melhor define a mineiridade. Ser mineiro é gostar de comer e gostar de sentar em volta da mesa para prosear. Morei alguns anos em Curitiba e fica nítida a diferença. Em Minas é quase uma desfeita não aceitar um cafezinho, que quase sempre vem acompanhado de outros quitutes.


Essa característica mineira, é, antes de mais nada, uma de nossas mais belas tradições. A mesa é sinal de amizade e de partilha. À mesa se senta com amigos e não inimigos. O próprio Cristo se reunia à mesa com os amigos. Ao passo que em muitos lugares as pessoas gostam de ter uma sala aconchegante, aqui se preza por ter uma cozinha acolhedora. A cozinha é o lugar de destaque. É nela que ficamos a vontade e gostamos de receber. Pode até se ter uma conversa na sala, mas uma boa conversa tem que ser na cozinha. Ser convidado à cozinha de uma pessoa, especialmente em se tratando de um mineiro, não é só uma cortesia, mas uma verdadeira honra. À mesa festejamos os nascimentos e choramos nossos mortos. A mesa é quase parte do coração do mineiro. O mineiro quase sempre compra a mesa antes do sofá. Admite até um quarto sem cama, mas uma cozinha sem mesa, chega a ser um desatino. Ouso afirmar, que sem uma mesa, em Minas não se tem um verdadeiro lar.

E não tem como falar em mesa sem falar de comida. AH! E em Minas se come como um padre. Que saladinha que nada, em Minas a comida tem que ter “sustância”. E bota “sustância” nisso! Comida farta para aquecer a mesa e o coração dos que nela se sentam. Acho até que os cardiologistas já desistiram porque afinal, se a comida mineira engorda, faz um bem danado pra alma... tutu, torresmo, frango caipira com quiabo, polenta, costelinha, couve, tudo acompanhado por uma saborosa farofa. Não tem como resistir, as magras que me perdoem, mas com essa fartura, um pneuzinho é fundamental.

Aí vai uma dica, prezado leitor, se você quer expandir os seus relacionamentos, expanda a sua mesa. Quer criar vínculos? Frequente as mesas dos vizinhos e chame os vizinhos para a sua. Sabe aquele plano da piscina? Que tal substituir por uma mesa enorme, forrada de comida e rodeada por amigos? Mesa é lugar de respeito, nela não se põe o pé, não se senta com a cabeça coberta e não se dá a primeira garfada sem antes agradecer a Deus a benção do alimento. A mesa é sagrada. Nela fica o símbolo maior do trabalho e da luta do homem.

Só de falar em mesa já dá fome. Então o que está esperando? Vá já para a sua e reparta nela o que tiver na sua geladeira com os seus. Que Deus nos dê hoje, amanhã e sempre o pão nosso de cada dia, e com a sua bondade não esqueça também do nosso torresminho. Que você possa ter sempre uma mesa farta cheia de amigos e muito feliz. Mesa, doce mesa...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU?

Escutei de um amigo o seguinte relato de diálogo com o filho de cinco anos: “Pai, a tia disse que tava com nojo porque estava cheio de preservativos na sarjeta. O que é sarjeta?”. As crianças não são mais como eram, parece que já vem de fábrica com muito mais informações e programas. Até muito pouco tempo era impensável que as crianças tivessem acesso a quantidade de informações que possuem e ainda participassem da vida familiar com tanto poder de decisão.


Alguns pais, diante dessa nova realidade, perdem totalmente a autoridade sobre os filhos e se tornam verdadeiros escravos desses serezinhos cheios de vontade. A gente já escuta falar que bebês com um mês de idade são geniosos e não querem fazer isto ou aquilo, a partir daí, já começam a dominar o arbítrio dos pais. As informações educativas são fartas e até mesmo a Lei, chega para tutelar a relação querendo intervir na boa e velha palmada.

Já nem me lembro há quanto tempo não escuto a música da borboletinha que fazia chocolate para a madrinha ou da pombinha branca que bordava roupa para o casamento. A infância se esvai cada vez mais rápido no ritmo do funk, a infância vai de saia e bicicletinha. E não adianta lastimar e ter nostalgia, são novas gerações que já nascem sabendo operar equipamentos eletrônicos e tem raciocínio digital.

“Professora, eu gosto tanto da senhora, acho que quero me casar com a senhora. Disse o pequeno. Ao que a mestra respondeu: Fique você sabendo que eu não gosto de criança. Tornou a criança: Por mim tudo bem, a gente evita.”

Os pequenos exigem respostas instantâneas. O mundo ficou a um click de distância. Não tem mais Enciclopédia Barsa como garantia de bom estudo e ir a escola não garante que estarão livres das drogas. A infância vai desaparecendo. Ninguém mais tem medo de lobo mau. O prazer não está mais no brincar mas em consumir brinquedos.

Resgatemos juntos a autoridade dos pais, a infância que brinca e sem exacerbação precoce do erotismo. Que para lidar com as novas crianças não acabemos “desinventando” a infância. Afinal, o lobo mau, nem era tão ruim assim...

EMAGREÇA E FIQUE RICO

É isso mesmo, amigo leitor, quando a gente acha que já viu de tudo ainda aparece mais. Eu lia um artigo do Carlos Alberto Sardenberg e da Mara Luquet e me deparei com esse tema curioso. Pesquisadores da Universidade de Ohio afirmam que as pessoas que perdem bastante peso, conseguem ganhar mais dinheiro. Segundo os pesquisadores quem perde mais de dez pontos no índice de massa corporal, em média aumenta seu patrimônio em US$ 12 mil. A pesquisa não dá maiores detalhes, mas induz a conclusão de que talvez seja por que essas pessoas tem uma força de vontade maior já que perder peso não é algo simples. Ou ainda, gastam menos com comida ou bebida o que lhes permite fazer outros investimentos.


Olha que desânimo! Já não era fácil perder peso mesmo e ainda por cima essa ameaça de ficar duro. Essa parece ser mesmo a minha sina. Mas toquei nesse assunto, pra falar dessas várias teorias econômicas e estudos malucos que vemos todos os dias por aí. Ofertas de facilidade e fórmulas para ficar rico existem por todos os cantos. Como diz a minha Vó “o mundo ta mesmo virado.”

Está cada dia mais difícil saber como fazer o controle das finanças pessoais. Cheque especial, cartão de crédito, cartão de crediário, linhas de empréstimo e financiamento. Afinal, a popança ainda é uma coisa boa? TR, INPC, SELIC, enfim... está ficando difícil acompanhar tantas siglas. O fato é que Ernestina Santos, lavadeira de Garanhuns, retirou todos os 1934 reais que tinha na popança e aplicou em ações da Bolsa de Valores de São Paulo. A justificativa: “achei chique que só vendo”. Os rendimentos da lavadeira, agora acionista renderam três vezes mais do que renderiam no mesmo período na poupança. O que antes era inacessível foi ficando ao alcance de todos. Fico aqui pensando diante de tudo isso que se além de investir na Bolsa, Ernestina tivesse emagrecido já teria chegado a Wall Street.

As financeiras prometemos céus aos aposentados. Li numa placa em são Paulo “Se você é aposentado seus problemas de dinheiro acabaram”. Aos poucos vai se criando uma oferta de crédito tão grande que vai convertendo as pessoas em escravas dessa ciranda financeira. E não adianta reclamar, é preciso entender e se adaptar a esses novos tempos loucos em que não dá mais para guardar dinheiro no colchão.

Nos resta tentar educar as crianças pra esse novo mundo de consumo. Como mal sabemos o que fazer, já não ensinamos mais e os jovens todos os dias começam a formar suas vidas atolados em dívida. Bom, como não sou magro, nem tenho ações na bolsa e ainda to longe de me aposentar, vou concordando com minha vó, esse mundo tá mesmo é virado...

Um papo de natal

Para mim, falar de natal é falar de muitos significados especiais. Falar de natal é falar de união, pois é o momento em que todos param para pensar em quem está ao seu redor. É quando se realizam as festas que adiamos o ano todo. É quando paramos, também, para fazer um carinho àqueles que estão longe. Mandamos cartões fazendo votos de que todos tenham boas festas.


Falar de natal é falar de presentes. E falar de presentes quer dizer se fazer presente na vida dos que amamos. Rico ou pobre, sofisticado ou singelo, todos os presentes vão refletindo tantos sentimentos, tanto amor que às vezes não sabemos expressar em palavras. É, muitas vezes, demonstração do afeto que tantas vezes negligenciamos ao longo do ano.

Falar de natal é falar de encerrar ciclos de coisas ruins e ganhar fôlego para novos ciclos bons. É a confiança de que as coisas boas se tornem ainda melhores. Todos precisamos de tempos em tempos avaliar a vida e recomeçar. E o final do ano nos possibilita essa reflexão e novo ânimo para os desafios. Os problemas sempre existirão e por isso nós precisamos nos renovar. Como diz José Saramago com sabedoria: “Ainda que estejamos destinados as estrelas, nem assim, estamos dispensados de percorrer os caminhos desse mundo”.

Falar de natal é falar de amigos. É ter amigos. É ser amigo. Amigos como Luiz Henrique e Clárima (nossa família da capa). Amigos que provam que o amor ainda é vivo. Amigos que formam família. Família com a beleza da vida da pequena Helena que com o novo, todo o velho contagia, como disse João Cabral de Melo Neto.

Falar de natal, é também falar desse Natalzinho, cópia mal acabada do Natalzão. Ao olhar para o meu pai, que completa 50 anos, vejo o mesmo olhar que enxergo no espelho. Igual no olhar e no modo de ver as coisas, igual no nome, igual na maneira de acreditar. Meu pai é a personificação da esperança, de acreditar mesmo quando tudo aponta para o lado contrário. É a imagem da vida, que se refaz e recomeça. É o coração aberto que vai sempre acolhendo mais uma pessoa. Ao chegar a meio século de história honra esse nome abençoado: Natal.

Falar de natal é falar de um Deus que se fez tão frágil. Um Deus que por amor também decide andar pelos caminhos desse mundo. Um Deus que escolheu os pobres, para nos mostrar que tanta desigualdade não pode ser certa. Deus que se fez criança, como a pequena Helena, família como a de Luiz e Clárima, pai como Natal e foi presente para cada um de nós acreditarmos na força da união, da amizade e da fraternidade. Um Deus que nos ama a ponto de em sua divindade construir uma história tão parecida com a nossa.

Como diz nossa redatora Valéria: “natal é a hora de acreditar que é possível ser mais feliz”. Esse é meu voto sincero a você leitor: Acredite que é possível ser mais feliz! Tenha fé e construa um ano novo em que você também se esforce para fazer os outros mais felizes. Que o Deus menino olhe por nós, nossas famílias, nosso trabalho, nossos governantes, olhe por aqueles que não têm saúde, não têm alimento e não têm esperança. Que o verdadeiro espírito do natal faça cada vez mais sentido ao seu coração.
Que alegria, começar esse novo espaço para trocarmos prosa. Fique a vontade para pitacar, pois esse espaço também é seu. Aos amigos do Jornal da Região um grande abraço e essas breves reticências...


Mais um ano. Essa divisão louca de tempo que nos dá sempre essa eterna sensação de recomeço. Essa abençoada sensação de recomeço. Quem não se lembra de da sensação boa de começar um novo ano escolar. Agora o tempo nos dá esse presente: um caderno branco para começarmos a escrever a nossa estória em 2012. Todos os dias reservados para escrevermos a matéria com a nossa caligrafia.

As coisas certamente continuarão como antes, mas a mudança que precisamos está dentro de cada um de nós e na nossa maneira de encararmos o mundo. A bem da verdade a vida todos os dias coloca uma série de reticências para que continuemos a construir a nossa versão do tempo. A vida nos dá os fatos e coloca três pontinhos para que decidamos o que fazer com eles.

Aquele chato infelizmente vai continuar sendo um chato, mas aprenda a procurar outras qualidades. Se o serviço é duro veja os resultados positivos que produz. Se o emprego está demorando aparecer, aprenda a fazer outra coisa. Aquela moça não te dá bola, olhe a sua volta e veja quantas pessoas bacanas. Seja mais otimista. Acredite mais em você. Albert Einstein dizia que a maior evidência da insanidade é fazer a mesma coisa e esperar um resultado diferente.

Se você quer outros resultados, então, mude a sua maneira de fazer as coisas. Se abra para a vida e a vida se abrirá para você. Tenha sempre a cabeça nas nuvens e os pés firmes no chão. Não deixe que a magia de ter um novo ano se consuma nos dias desperdiçados do calendário sempre tão apressado. Aproveite esse efeito psicológico e recomece de verdade. Se necessário for, recomece a cada dia. Antes de esperar que as pessoas sejam melhores com você, tenha o firme propósito de ser melhor com as pessoas. Você verá que isso rapidamente fará toda a diferença.

Milagres e bênçãos estão por toda parte. Abra seus braços e receba tudo de bom que tem por aí. Estenda a sua mão e ofereça tudo de bom que você tem para dar. Acredite sinceramente: 2012 será o melhor ano da sua vida. Agora, faça isso acontecer. Pense novo, olhe novo, faça um ano novo. E fechamos com Drummond: Feliz Olhar Novo...