Aconteceu uma coisa muito perigosa aqui em casa.
Existiam paredes para serem pintadas e existia uma lata de tinta. No meio da
necessidade e da possibilidade estava eu, e não deu outra, resolvi pintar a
parte do muro e da garagem que precisavam ser pintados.
Muito
sabidamente, comprei pincéis, brochas, alongadores, massa corrida,
hipermeabilizador de parede, água raz, bandeja de pintura, enfim, equipamentos
para pintar uma catedral. Coloquei boné para proteger do sol, roupas que
julguei adequadas e estava pronto para o serviço.
Foi
então que tudo começou a dar errado. Na diluição da tinta. A água raz parecia
que não se misturar com a tinta, muito menos servir para diluí-la uma ficou de
um lado e a outra do outro. Pensei que a solução óbvia para o problema fosse
usar a tinta sem diluição. Não deu certo. Ficava tudo e com nacos de tinta na
parede. Passei para o plano B, diluir com água. Foi pior ainda, na raiva acho
que acabei colocando muita água exigindo, assim, umas oito ou nove demãos para
que a parede ficasse da cor desejada.
Suando
em bicas, eu passava o rolo na parede e a tinta rala de água insistia em escorrer
até o chão. Uma demão e nada, duas demãos e nada, minha roupa podia ser torcida
de tanto suor. O boné eu já tinha jogado longe de calor. A pintura parecia
muito aquelas que fazia no jardim de infância.
Foram
mais várias demãos, suor e sujeira chão afora, até que me desse por satisfeito.
Mas enfim estava lá, a parede pintada e economizando pintor. Foi então que São
Pedro não perdoou minha avareza e mandou do céu uma chuva boa e forte que em
cinco ou seis minutos conseguiu acabar com tudo.
Moral
da história, cada macaco no seu galho. Como pintor, sou mesmo é advogado e não
quero mais saber de pintar nada. Só o que gastei de materiais e tinta perdida dava
para ter pago várias vezes um pintor profissional e me livrado desse estresse.
O barato saiu caro. Agora ainda resta o chão para limpar e a história para
contar...

Nenhum comentário:
Postar um comentário