quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

CADA MACACO NO SEU GALHO

             Aconteceu uma coisa muito perigosa aqui em casa. Existiam paredes para serem pintadas e existia uma lata de tinta. No meio da necessidade e da possibilidade estava eu, e não deu outra, resolvi pintar a parte do muro e da garagem que precisavam ser pintados.
            Muito sabidamente, comprei pincéis, brochas, alongadores, massa corrida, hipermeabilizador de parede, água raz, bandeja de pintura, enfim, equipamentos para pintar uma catedral. Coloquei boné para proteger do sol, roupas que julguei adequadas e estava pronto para o serviço.
            Foi então que tudo começou a dar errado. Na diluição da tinta. A água raz parecia que não se misturar com a tinta, muito menos servir para diluí-la uma ficou de um lado e a outra do outro. Pensei que a solução óbvia para o problema fosse usar a tinta sem diluição. Não deu certo. Ficava tudo e com nacos de tinta na parede. Passei para o plano B, diluir com água. Foi pior ainda, na raiva acho que acabei colocando muita água exigindo, assim, umas oito ou nove demãos para que a parede ficasse da cor desejada.
            Suando em bicas, eu passava o rolo na parede e a tinta rala de água insistia em escorrer até o chão. Uma demão e nada, duas demãos e nada, minha roupa podia ser torcida de tanto suor. O boné eu já tinha jogado longe de calor. A pintura parecia muito aquelas que fazia no jardim de infância.
            Foram mais várias demãos, suor e sujeira chão afora, até que me desse por satisfeito. Mas enfim estava lá, a parede pintada e economizando pintor. Foi então que São Pedro não perdoou minha avareza e mandou do céu uma chuva boa e forte que em cinco ou seis minutos conseguiu acabar com tudo.
            Moral da história, cada macaco no seu galho. Como pintor, sou mesmo é advogado e não quero mais saber de pintar nada. Só o que gastei de materiais e tinta perdida dava para ter pago várias vezes um pintor profissional e me livrado desse estresse. O barato saiu caro. Agora ainda resta o chão para limpar e a história para contar...

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